NOSSAS ORIGENS E NOSSO CARISMA
Nosso ser-missionário-saletino se edifica sobre os seguintes alicerces:
1)-
A aparição de Maria a Maximino e Melânia, na Montanha da Salette,
França, a 19 de setembro de 1846. Dois aspectos marcaram profundamente
os dois pastores: a beleza daquela que eles chamaram de “a Bela
Senhora”, não obstante suas lágrimas, e o crucifixo do qual emanava uma
luz na qual eles se sentiram profundamente envolvidos. Estes dois
aspectos contrastavam profundamente com a rude vidas dos habitantes das
montanhas e com a pobreza material e espiritual dos dois videntes. A
aparição em si mesma é um contraste entre a beleza que encanta e o
sofrimento que desestimula.
2)- A mensagem de Maria
transmitiu aos dois pastores tem como centro o Cristo crucificado o
qual, de braços estendidos, quer abraçar todos os que se deixam atrair
por seu amor sem fronteira. Aqueles que se deixam se contagiar por esse
amor serão capaz de marchar na alegria todos os dias de sua vida. Em sua
mensagem, através do episódio acontecido na terra de Coin, Maria
recorda, igualmente, a presença amiga de Deus nos mais banal e vital de
nossa existência. Ela ajuda a Maximino e Melânia discernir a causa de
alguns dos males daquele tempo como as colheitas perdidas, as crianças
que morriam de fome, o abandono da oração e da prática dominical, a
inovação abusiva do nome Deus, a quem atribuem a origem nas pessoas e,
apesar disso, Deus os brinda com o seu amor e os convida a retornar a
Ele. Ela propõe que cada pessoa assuma a responsabilidade de retornar a
Deus percorrendo um caminho de conversão. “Se se converterem...”.
3)-
D. Philibert de Bruillard, Bispo de Grenoble, Diocese onde a Vila da
Salette fazia parte, em 1851, depois de uma rigorosa pesquisa e
constatando a freqüência ao local da Aparição, a devoção “à
Reconciliadora dos Pecadores”, os milagres ali ocorridos, declara que o
“acontecimento de 19 de setembro de 1846, na Montanha dos Alpes, na
Paróquia da
Salette, contém todas as características da verdade q
que os fiéis podem considerá-la certa e indubitável.” A partir desta
constatação o Bispo decretou a criação do Santuário e de um grupo de
missionários de Nossa Senhora da Salette. Santuário e missionários
deveriam perpetuar a memória da aparição. O local, que inicialmente era
marcado por simples Via Sacra, foi crescendo. Construiu-se então um
templo que, em 1879, foi declarado Basílica. Os poucos missionários que
no início viviam em cabanas, se transformaram em uma congregação que
conta hoje com cerca de mil religiosos presentes nos cinco continentes.
No Brasil, a presença saletina se dá inicialmente no estado de São
Paulo, no ano de 1902 e, no decorrer da história, foi ampliando-se para
os estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Mato
Grosso, Goiás, Santa Catarina, Minas Gerais e Rondônia. O carisma é a
Reconciliação. A vocação é convidar a pessoa a se reconciliar consigo
mesma, com os outros, com Deus e com toda a criação. O compromisso é
incentivar as pessoas e os movimentos a sonhar com um mundo novo e
reconciliado e a lutar para que os valores do Evangelho sejam o cimento
que assegura a unidade dos construtores do “novo céu e da nova terra”.
Com estes fundamentos e com esta origem é que vemos no Santuário a
possibilidade de oferecer à Igreja a missão mais específica e para qual
surgimos: o santuário, para nós, é um espaço aberto ao povo de Deus e um
lugar de reconciliação, onde cada peregrino, no atendimento que lhe
oferece, nos momentos de oração e de caminhada que ele mesmo se propõe e
no encontro fraterno e solidário com os outros que também peregrinam,
pode encontrar vida, esperança e libertação.
O Santuário Saletino é, desde sua origem e na sua concepção pastoral, “memória,
presença e profecia do Deus vivo”.
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